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Arquivo mensal: maio 2020

Dez discos que formaram meu gosto musical e marcaram minha vida

Meu amigo Fernando Lalli, jornalista e músico, me colocou numa dessas correntes de Facebook onde a brincadeira – bem legal, diga-se – tem como meta escalar 10 discos que formaram o meu gosto musical.

Como um apaixonado por som desde moleque, não foi fácil. Mas fiz meu top 10, e aqui vai de forma rápida o motivo de cada um ter entrado na lista:

1- Zumbis do Espaço “Aberrações que Somos” (2002): HorrorPunk brasileiro, insano e pesado. Mistura perfeita de Ramones com Zé do Caixão. Minha banda nacional favorita.

zumbis do espaço aberrações

2- Green Day “Dookie” (1994): Primeiro álbum de Punk Rock que escutei na vida, pegando escondida uma fita K7 do meu irmão. As melodias desse disco são perfeitas e me amarraram definitivamente ao estilo.

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3- Agnostic Front “Dead Yuppies” (2001): Primeiro CD do Agnostic Front que comprei. Até hoje é um dos shows mais brutais que já vi ao vivo. Os reis do Hardcore.

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4- Biohazard “Urban Discipline” (1992): Conheci o Biohazard primeiro ganhando uma camiseta deles, sem nunca ter ouvido. Fui até a loja de discos da minha cidade, e escolhi pela capa. Acertei em cheio. Minha primeira ponte para também curtir metal.

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5- Pennywise “Straight Ahead” (1999): Punk Rock com velocidade, melodias animais e vocal totalmente claro. Trilha sonora para bike, skate, porrada e tudo que um moleque de 16 anos possa ter em mente para explodir em hormônios. Acho este o álbum mais pesado do Pennywise.

pennywise

6- Skabrasil (coletânea, 1998): Primeiro CD de Ska que escutei na vida, entendendo o que era o estilo. Amor à primeira vista e longo relacionamento com esse gênero.

ska brasil

7- Ramones “Anthology” (2001): Conheci os Ramones por causa dos Raimundos. Comprei o CD “Greatest Hits Live in NY” em 1999. Fiquei chocado com a banda ao vivo, e demorei a digerir aquilo. Em 2001 ganhei de Natal esta coletânea dupla que vem com um livreto também. Aí a coisa ficou séria. Ramones mudou meu entendimento sobre muita coisa na música. Mudou a minha vida. Obrigado, Joey.

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8- Elvis Presley “The Best Of… Good Rockin’ Tonight” (1989): Minha irmã me deu este disco de sua antiga coleção. Estava me interessando por rockabilly e Elvis foi a porta de entrada. Só que além do som “anos 50”, esta coletânea maravilhosa me levou ao louco mundo de Presley. “Suspicious Minds” é uma das maiores canções Pop de todos os tempos.

elvis presley

9- Dropkick Murphys “Live On St. Patricks Day” (2002): A banda de Boston me introduziu com este disco ao vivo a possibilidade de reunir Punk Rock e música celta/irlandesa numa coisa só e soar muito bem. Boina, coturno, cerveja preta e trevos de quatro folhas. Dá até vontade de ser um deles.

dropkick murphys

10- Garotos Podres “Rock de Subúrbio – Live” (1995): Banda que me fez querer comprar meu primeiro coturno. Conheci “Papai Noel Velho Batuta” de alguma forma, e fui atrás de um CD. Na loja, tinha toda a discografia deles. Fui meio às cegas e escolhi este que é o primeiro ao vivo da banda. Escutei infinitas vezes, decorei letras e até o falatório engraçadíssimo do vocalista Mao entre uma faixa e outra.

garotos podres

MÚSICA: Dez lançamentos em fita K7 para começar (ou retomar) a sua coleção

Volta da produção nacional e investida de artistas independentes em prensagens ‘gringas’ faz a alegria dos colecionadores. Confira 10 bandas que tiveram trabalhos recentes lançados em cassete

Por Ronaldo Casarin

Quem é fã de música e nasceu nos anos 1980 ou antes disso, sabe que as fitas cassete fizeram parte de nossas vidas. Sejam as originais ou aquelas que gravávamos em casa, copiando aquele disco favorito que emprestamos do amigo, as fitinhas formaram a cabeça musical de muita gente.

Com o pleno domínio do CD a partir da segunda metade da década de 1990, e posteriormente o “boom” da música digital, com o MP3 e na sequência com as plataformas de streaming, elas perderam espaço.

No entanto, num misto de fetiche e sabe-se lá o que mais, a procura por esta mídia voltou a crescer nos últimos cinco anos nos principais mercados internacionais de música (Europa e Estados Unidos). Não demorou muito e essa onda – mesmo que restrita a um nicho bem reduzido de fãs – atingiu o Brasil, e o som analógico das fitas parece ter reencontrado sua vaga nos corações dos aficionados por música.

Desde 2017 a Polysom – empresa que também detém o monopólio da fabricação de vinis do Brasil – voltou a produzir fitas cassete. Segundo dados da empresa, entre 2017 e 2019 foram fabricadas cerca de 500 fitas ao mês. Foram computadas nesse período mais de 10 mil cópias vendidas. A maioria dos lançamentos foi de artistas do selo Deck Disc, ligado à Polysom. Mas a empresa também processa encomendas de artistas e selos independentes.

Se você ainda tem um aparelho com toca-fitas em boas condições e quer retomar sua coleção de fitas, ou é um novato e não sabe por onde iniciar, trouxemos aqui uma lista de dez fitinhas dentro do universo do Punk Rock brasileiro lançadas recentemente que vão abrilhantar sua coleção. Todos os discos saíram também em outros formatos físicos (CD e LP).

monstros dominantes

Zumbis do Espaço: “Monstros Dominantes”
(2019 – Thirteen Records)
Nono álbum de estúdio dos reis do Horror-Punk brasileiro, “Monstros Dominantes” chegou ao mercado independente em outubro do ano passado nos três formatos físicos e também nas plataformas digitais. Soando melhores do que nunca, os Zumbis do Espaço trouxeram neste álbum canções que mantém sua tradição de som pesado e letras insanas, influências que passeiam pelo Punk, Country e Metal. A versão em fita K7 ganhou arte exclusiva no encarte e a fitinha é preta.

bandeira negraArmada: “Bandeira Negra”
(2018 – Hearts Bleed Blue)

Primeiro álbum da banda formada por Henrike, da banda paulista Blind Pigs, que encerrou suas atividades. Aqui a pegada é o Punk Rock bem tocado, “sing alongs”, e influências de country, folk e Oi! bem encaixadas no resultado final. O álbum conta até com participações especiais de Sérgio Reis e Kiko Zambianchi. Prensagem em K7 translúcido limitada a apenas 50 unidades.

mukeka di ratoMukeka Di Rato: “Atletas de Fristo”
(2020 – Läjä Records/Urtiga Records)
Lançado originalmente em 2011 em CD, “Atletas de Fristo” é mais um petardo hardcore desta banda capixaba. O nome do álbum é um trocadilho com “Atletas de Cristo”, aquele movimento de jogadores de futebol evangélicos, e na melhor onda do bom humor do Mukeka, o disco traz canções que orbitam no tema “Drogas”. Bagaceira das boas relançada em cassete visando também o mercado independente europeu.

merdaMerda: “Descarga Adrenérgica”
(2020 – Läjä Records/Urtiga Records)

Assim como “Atletas de Fristo” do Mukeka, o mais recente álbum da banda Merda, do famoso empresário e mau-influenciador digital Fábio Mozine, também ganhou versão em fita. “Descarga Adrenérgica”, para mim o melhor disco da banda, saiu em 2017 em CD e vinil 10”. Este ano a obra foi reeditada também em K7. Para os fãs do formato, vale a pena. Não deixe de ouvir “Virou Coxinha”, um novo clássico do Punk nacional.

riviera gazRiviera Gas: “Connection”
(2018 – Hearts Bleed Blue)
A banda é um projeto paralelo formado pelos brasileiros Gustavo Riviera (vocal/guitarra do Forgotten Boys) e Paulo Kishimoto (baixo/Forgotten Boys) e pelo americano Steve Shelley, baterista do Sonic Youth. A Riviera Gaz editou seu álbum de estreia nos três formatos, CD, LP e K7. A sonoridade vai agradar quem curte o som que habita o território do rock mais pesado dos anos 1970, melodias grudentas e guitarra poderosa. A versão em K7 saiu nas cores preta e laranja, sendo apenas 50 unidades de cada.

water ratsWater Rats: “Year 3000”
(2017 – Hearts Bleed Blue)

Segundo álbum do Water Rats, uma das bandas mais barulhentas do Punk brasileiro na atualidade. O Water Rats amplia suas influências de hardcore, grunge e stoner neste trabalho que saiu em CD e K7 pela HBB. A versão em fita teve uma primeira prensagem limitada a apenas 50 cópias. Recomendado para quem curte músicas curtas, rápidas e energéticas. Uma paulada após a outra.

autoramasAutoramas: “Libido”
(2018 – Hearts Bleed Blue)
Verdadeira instituição do rock brasileiro, os Autoramas seguem em plena atividade, produzindo de material de qualidade e lançando música em formato físico. Seu mais recente trabalho em estúdio foi “Libido”, lançado pelo selo paulistano Hearts Bleed Blue. Além do CD e do LP, o disco ganhou uma versão em fita vermelha, simplesmente linda. Prensagem inicial de somente 50 unidades. Garage, indie, punk, surfmusic e mais de 20 anos de carreira condensados em mais um ótimo álbum. Longa vida aos Autoramas.

inocentesInocentes: “Cidade Solidão”
(2019 – Hearts Bleed Blue)
Um dos pilares do Punk Rock brasileiro, os Inocentes seguem sua missão e continuam em plena forma, tocando ao vivo e gravando material novo. Seu mais recente trabalho foi o EP “Cidade Solidão”, que saiu no início de 2019 em vinil 7” e CD. Uma das missões do EP era ajudar a financiar a viagem da banda à Europa, onde fez uma série de shows, incluindo no aclamado festival punk Rebellion, na cidade de Blackpool, Inglaterra. O EP foi editado também em fita cassete e traz as faixas inéditas “Donos das Ruas”, “Fortalece” e “Cidade Solidão”, a regravação “Escombros”, e a faixa bônus “Terceira Guerra”, cover da veterana banda punk Fogo Cruzado. Edição limitada a 100 cópias em fita branca.

dead fishDead Fish: “Ponto Cego”
(2019 – Deck Disc)

Mais recente disco da banda veterana capixaba Dead Fish, “Ponto Cego” trouxe novamente a banda ao Punk melódico com letras fortemente politizadas, metendo o dedo na ferida da situação política caótica em que o Brasil se meteu de 2015 para cá. Crescimento do fascismo, falta de combatividade de parte da sociedade organizada, sufocamento da democracia, banalização da violência e do racismo, está tudo lá, em “Ponto Cego”. Lançado em CD e LP, o álbum teve também versão em cassete lançada simultaneamente via Deck Disc. Belo encarte e corpo da fita vermelho.

ratos de porãoRatos de Porão: “Homem Inimigo do Homem”
(2018 – Polysom)
Em 2006, o veteranos do Ratos de Porão estavam em ótima forma e lançavam “Homem Inimigo do Homem”, pela Deck Disc. Segundo o próprio João Gordo, o disco não está entre seus preferidos e poderia ter ficado melhor. No entanto, quem já conferiu a versão em CD, ou a versão em vinil, sabe que o trabalho é mais uma coleção de petardos brutais da banda mais importante do Hardcore brasileiro. Em 2018 a Deck/Polysom reeditou o disco, agora em fita cassete preta. Para os colecionadores da vasta discografia do RDP trata-se de um item importante, registrando uma fase em que a banda ganhava novo fôlego e voltava à linha de frente do protagonismo no cenário do som pesado brasileiro.

 

Jamaica, anos 1960: A Era do Rocksteady

Depois do apogeu do Ska, os músicos da “Ilha do Tesouro” diminuíram o andamento e presentearam o mundo com um novo e maravilhoso estilo, o Rocksteady. Esta é a sua história

Por Julián Paradisi / Tradução Ronaldo Casarin

O Rocksteady surgiu na Jamaica em meados da década de 1960. Foi, de algum modo, a evolução do Ska e teve grande influência do Soul e do Rhythm & Blues norte-americanos. Os arranjos vocais se tornaram mais sofisticados e o ritmo ficou mais lento, se tornando um precursor do que seria o Reggae (a partir de 1970).

Não por acaso, a palavra “rocksteady” significa algo como: estável, de composição regular, sem “sobressaltos”; algo mais relaxado e dançável que o Ska.

A historiografia musical jamaicana afirma que em 1966 o vocalista Hopeton Lewis, junto com o guitarrista Lyn Taitt e o The Jets (reunindo o baixista Jackie Jackson e o pianista Gladstone Anderson) estavam gravando a música “Take It Easy” em ritmo de Ska. Porém, Lewis não conseguia acompanhar o andamento. Gladstone, então, teve de desacelerar o andamento da canção, transformando-a no primeiro Rocksteady de que se tem registro.

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Hopeton Lewis em seu single pioneiro “Take It Easy”

Outros apontam, no entanto, que o termo surge a partir da música “Rock Steady”, em que Alton Ellis se refere a uma forma particular de dançar, transformando-a no nome deste novo gênero musical. Seu próprio nome buscava se diferenciar de seu antecessor, o Ska.

Este o novo estilo surge numa época em que a juventude jamaicana começou a superpovoar os guetos da capital Kingston, em bairros como Riverton City, Greenwich Town e Trenchtown. Deixando de lado o otimismo que a independência da ilha em relação ao Reino Unido trouxe alguns anos antes, em 1962, a juventude continuava descontente com os altos índices de desemprego e precariedade social.

Muitos deles partiram para a criminalidade, compartilhando uma identidade e estilos próprio. Estes jovens eram chamados de “rude boys”, e apesar deste fenômeno já ter sido registrado no período do Ska (desde 1959), ganharam força durante a fase do Rocksteady.

Em referência aos Rude Boys foram gravadas canções como “Rude Boy Gone A Jail” (Rude Boy vai para a prisão), dos Clarendonians, “No Good Rudie” (Rude não é bom), de Justin Hind & The Dominoes, e a tão conhecida “Rudy, a Message to you”, de 1967, gravada por Dandy Livingstone, resgatada posteriormente pelos ingleses do The Specials, em 1979.

O produtor musical Duke Reid lançou o single de “Girl I’ve Got a Date”, de Elton Ellis, pelo selo Treasure Island, junto com álbuns de grupos como The Jamaicans, The Silverstones e The Paragons. O trabalho de todos esses grupos serviu para estabelecer o estilo tão particular das vozes do Rocksteady.

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Músicos da banda Clarendonians, ícones do som melódico do Rocksteady 

Piano e guitarra à frente
Os instrumentos característicos, além dos vocais, eram o piano e a guitarra. Foi reduzida a participação dos metais (tão importantes no Ska), cujas melodias se tornaram mais líricas e distantes, “de fundo”, com exceção dos solos de saxofone.

As guitarras alcançaram um grande protagonismo, já que uma delas continua com a tradicional batida em dois tempos do Ska, enquanto a outra carrega a melodia principal da canção, geralmente imitando a linha de baixo (estilo característico de Lynn Taitt).

O baixo elétrico é mais pesado e proeminente do que no Ska, que era executado com o estilo “caminhante” (walking style), tornando-se mais sincopado e percussivo.

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Baile na Jamaica ao som de Rocksteady

Em relação às letras, vão desde temas românticos até a assuntos muito próprios dos Rude Boys, ou simplesmente canções dançantes. Em alguns casos, os vocalistas faziam covers de canções que haviam feito sucesso nos Estados Unidos.

The Maytals, The Gaylads e Paragons, e artistas solos como Alton Ellis, Delroy Wilson, Bob Andy, Ken Boothe, Phyllis Dillon e Desmond Dekker são alguns dos melhores representantes do Rocksteady. Dentre os músicos que mais se destacaram tocando o estilo estão o guitarrista Lynn Taitt, o tecladista Jackie Mittoo, o baterista Winston Greenan, o baixista Jackie Jackson e o saxofonista Tommy Mc Cook.

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Alton Ellis: herói para os fãs de Ska e Rocksteady

O primeiro “hit” internacional do gênero foi a canção “Hold me Tight” (1968), interpretada pelo cantor soul norte-americano Johnny Nash, chegando ao posto de número 5 das paradas de sucesso dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Trilha sonora de Hard Mods e Skinheads
Em 1960, na Inglaterra – para onde muitos dos expoentes da música jamaicana haviam imigrado – era época dos Mods, uma tribo urbana vinda de bairros pobres e que tinham como trilha sonora preferida em sua maioria o Ska, e tão logo o Rocksteady.

Quando Mods e Rude Boys cruzaram os caminhos uns dos outros, houve uma identificação, não somente musical, como também no vestuário. Houve os que optaram por ir diminuindo o tamanho do cabelo, até aderir ao visual “cabeça raspada”. Itens de vestuário também foram adotados de ambas as partes. Esse “crossover” deu a esses novos Mods, que adotaram parte do visual Rude Boy, o nome de “Hard Mods”, e não muito tempo depois, surgiria o termo Skinhead para identificá-los.

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Jovens ingleses identificados com o visual “Hardmod”, que viria a dar origem aos Skinheads

O advento cultural do “jovem Skinhead” (jovens mesmo, a maioria eram adolescentes, alguns até muito garotos ainda, tendo não mais do que 11 ou 12 anos), fez com que o número de ouvintes de música jamaicana no Reino Unidos se multiplicasse aos milhares, tanto que houve quem também chamasse o Rocksteady de “Skinhead Reggae”, tamanha a identificação desta tribo com o gênero musical. Muitos artistas começaram a dedicar canções aos Skins, como “Skinhead” e “Skinhead Train”, ambas de Laurel Aitken, dentre tantas outras.

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Laurel Aitken: astro da música jamaicana que embalou os Skinheads britânicos nos anos 60 e 70

O fim de uma Era
Na Jamaica, o ano era 1970, e o movimento Rastafari se tornava mais popular que o Rocksteady. A música Rastafari se baseava no Reggae (ainda mais lento e cru em relação ao Rocksteady), e a temática se centrou na questão da consciência racial dos afrodescendentes, na política e nas letras de protesto.

O Dub e o Dancehall também surgem como estilos musicais novos, potencializados pelo avanço tecnológico dos estúdios de gravação na Jamaica e pela popularização de instrumentos como o órgão elétrico entre os músicos e produtores. A Era do Rocksteady estava chegando ao fim.

Hoje, artistas como Hollie Cook (filha do baixista dos Sex Pistols), Lily Allen – sobretudo no seu início de carreira -, e até a banda Gorillaz, seguem dando sobrevida e prestando tributo a este gênero que foi fugaz em seu apogeu, e que contribuiu com elementos musicais de profunda importância para a música urbana contemporânea de forma mundial.

*Artigo publicado originalmente na revista argentina Muzikall Mag (nº 2, março/abril de 2014).