No livro “A Imprensa X Lula – Golpe ou Sangramento”, de Antônio Barbosa Filho, há um depoimento do jornalista Paulo Henrique Amorim, atualmente âncora da TV Record. Na fala, ele cita o que ficou conhecido como PIG (Partido da Imprensa Golpista), uma seleta fatia da grande mídia brasileira que, à serviço dos poderosos, atua de forma a desestabilizar os governos eleitos pelo povo brasileiro, desgastando deus representantes e, consequentemente, derrubando-os.
Paulo Henrique Amorim cita que o primeiro a sofrer com o PIG foi Getúlio Vargas, um dos principais nomes da política do Brasil, admirado por muitos, odiado por tantos outros, ditador e pai dos pobres, uma figura única.
Lembrei-me desta passagem pelo fato de que para marcar os 60 anos da fatídica manhã de 24 de agosto de 1954, quando o presidente foi encontrado morto em seu quarto com um tiro no peito, após suicidar-se, será lançado no próximo 1º de maio o filme “Getúlio”.
Apesar de ser mais um daqueles filmes recheados por atores da Globo – o papel de Vargas ficou a cargo do competente Tony Ramos, esta produção uma passagem da história de Getúlio à frente da presidência Brasil muito importante.
O thriller político retrata os momentos finais da crise que levou a sua morte, nos 19 dias que antecedem o 24 de agosto de 1954. Do primeiro tiro, o atentado contra Carlos Lacerda na Rua Tonelero, na madrugada de 5 de agosto; ao segundo, o tiro no peito que matou o presidente na manhã do dia 24.
“Getúlio” é dirigido por João Jardim, e além de Tony Ramos no papel de Getúlio Vargas, o filme conta com nomes como Alexandre Borges, no papel de Carlos Lacerda, e Drica Moraes, como Alzira Vargas, filha de Getúlio. O filme estreará em 1º de Maio, Dia do Trabalho, data de enorme peso e ligação com a figura de Getúlio, primeiro presidente a implementar profundas reformas na área trabalhista.
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Espero com curiosidade para ver o filme, pois quero saber se o retrato de Getúlio que será pintado na tela grande será “romantizado”, tratando-o como um herói das massas que foi vítima de uma conspiração; ou de um ditador que cavou sua própria sepultura. Penso que nem uma coisa nem outra, ou melhor, um pouco das duas. Fato é que Getúlio Vargas sempre será um personagem mítico que rende muita pesquisa e sempre haverá um fato novo a ser investigado e retratado. Que este filme, que parece ser de boa produção, ajude a contar às novas gerações a história do primeiro presidente popular a ser “fritado até a morte” por seus opositores.